domingo, 7 de dezembro de 2014

PROCESSO DE PÓS-INDEPENDÊNCIA DO BRASIL, CRISES ECONÔMICAS E POLÍTICAS E ABDICAÇÃO AO TRONO NO PRIMEIRO RENADO.


Você sabia que o processo de independência não começa e nem termina com o grito do Ipiranga em sete de setembro de 1822.

No período colonial o Brasil estava submetido ao pacto colonial, onde a colônia tinha como único parceiro comercial a sua metrópole, que neste caso, era Portugal.

Desta forma, podemos dizer que o processo de independência não era somente uma questão política, mas também, econômica. Com a emancipação política, também se rompia o contrato mercadológico, ou seja, anulava-se o monopólio  com seu principal parceiro comercial[1].

O país que primeiro reconheceu a independência do Brasil, foi os Estados Unidos da América em 1824. Na época o presidente americano era James Monroe, o quinto presidente americanos. Monroe era o fundador da famosa doutrina Monroe, ou seja, “América para os americanos”. Ela preconiza o ideário de liberdade colonial e estimula o rompimento das colônias com suas metrópoles[2].

Pela estrutura econômica herdada dos tempos da colonização, o comércio interno ao continente se constituía um grande negócio para os EUA. Estes possuíam indústrias, enquanto a América latina tinha uma economia agrária.

Podiam assim vender mercadorias industrializadas por um preço alto e comprar matéria-prima por um preço baixo, mantendo sua balança comercial sempre favorável. Não é de surpreender, portanto, que os Estados Unidos tenham sido os primeiros a reconhecer a independência do Brasil. Havia muitos interesses econômicos em jogo por traz deste reconhecimento.

Considerando os laços compartilhados pelas colônias latinas, seria de se supor que, ao se tornarem países independentes, estes reforçassem seus laços diplomáticos e buscassem um entendimento político e econômico que fortalecesse as nações emergentes[3].

Com relação ao Brasil, dá-se o mesmo. Além das economias concorrentes, foi adotada como forma de governo a monarquia, enquanto os demais países adotaram a república. Somam-se a isso às disputas de fronteiras que caracterizariam todo império e que, no primeiro reinado, deram origem à Guerra da Cisplatina.

Os primeiros anos pós-independência foram caracterizados por uma instabilidade política e econômica recorrente e que levaria à abdicação do imperador, menos de uma década depois da emancipação, em 1822. A independência alterou o panorama político à medida que estabeleceu uma nova constituição para o país – 1824 – e buscou reestruturar a participação do povo nas decisões do estado e o sistema eleitoral, mas a manutenção da monarquia foram um entrave para que mudanças mais profundas de fato ocorressem.

O mesmo se passou na economia. A separação de Portugal não mudou a estrutura econômica, que continuava a mesma da colônia, e, portanto, dependente do mercado externo, o que comprometia a autonomia econômica brasileira.

Essa característica fez surgir diversas teorias entre os historiadores, sociólogos e economistas contemporâneos que entendem este momento – que só será rompido muito mais tarde, durante a república – como sendo fundado em uma dependência econômica atávica. A emancipação e as políticas que se seguiram a ela, sem alteração na estrutura produtiva do país permitiu que, na prática, o Brasil apenas trocasse de metrópole. Se no período colonial estava submetido a Portugal, com a independência, os interesses ingleses foram preponderantes frente aos nacionais. Na república, os Estados Unidos ocuparam o lugar da Inglaterra como principal parceiro comercial do Brasil e novamente as necessidades nacionais foram deixadas de lado em detrimento das demandas do mercado externo.

A base solidamente agrária

A base solidamente agrária explica a industrialização tardia do país. No período colonial, as manufaturas eram proibidas para que não concorressem com os produtos metropolitanos. No império, não havia o interesse em buscar a industrialização já que os cargos de poder eram ocupados pelas oligarquias rurais. Tampouco houve uma diversificação econômica e, em diferentes momentos, basicamente um único produto ocupou o centro das atenções do estado.  

Este papel foi ocupado, durante muito tempo, pela grande lavoura açucareira, mas, nos primeiros anos do império, o açúcar se encontrava em franca decadência, sobretudo pela concorrência daquele produzido nas Antilhas. O mercado europeu passara a consumir cada vez maiores quantidades de um outro tipo de açúcar, extraído da beterraba e não da cana. É necessário buscar um novo produto que substitua o lugar antes ocupado pelo açúcar. Considerando o contexto internacional e a demanda do mercado externo, o café acaba por, progressivamente, ocupar o lugar central na economia imperial[4].   

Cabe lembrar que, durante todo o império, praticamente só cinco produtos agrícolas se destacaram na economia: o café, o açúcar, o algodão, o fumo e o cacau.  Boa parte desses produtos sofreu com a concorrência, como o algodão brasileiro, que concorria com o norte americano ou as restrições inglesas ao tráfico negreiro, que impedia o desenvolvimento do livre comércio entre África e Brasil para onde era exportado boa parte do fumo aqui produzido. As finanças do império tampouco eram sólidas. Para manter seus produtos a um preço competitivo, as tarifas alfandegárias, uma das principais fontes de renda do estado, deveriam ser baixas e oscilavam em torno dos 15%.

O dinheiro arrecadado não era suficiente para arcar com os custos estatais o que obrigava o estado a pegar empréstimos no exterior, a juros altos. Essa situação provoca um círculo vicioso onde gasta-se sempre mais do que é possível arrecadar, mantendo a balança comercial permanentemente desfavorável. A eclosão do conflito da Cisplatina agravou ainda mais a frágil economia imperial[5].

A QUESTÃO DA CISPLATINA

Se os habitantes da Cisplatina desejavam sua independência, a população brasileira era contra a guerra para a manutenção deste território. A fragilidade política e econômica do primeiro reinado tornou-se ainda mais evidente com a responsabilidade de arcar com os custos altíssimos deste conflito. Se, nos dias atuais, uma guerra pode ser devastadora para a economia de um país, imagine no século XIX onde transporte, armamentos e a alimentação das tropas e das armas e munições consumiam enorme quantidade de recursos.

A Inglaterra também tinha muitos interesses econômicos na Cisplatina e o andamento de uma guerra atrapalhava o desenvolvimento do comércio local. Sendo assim, os ingleses mediaram um acordo para encerrar o conflito no qual a Cisplatina seria declarada livre e não pertenceria nem às Províncias Unidas nem ao Brasil. Em 1828, com a assinatura deste acordo, tem origem a República Oriental do Uruguai.

A concordância do imperador Dom Pedro I na assinatura deste tratado colocou várias questões em evidência. Em primeiro lugar, destacou-se a supremacia dos interesses ingleses em detrimento dos brasileiros, o que fez cair por terra todos os discursos de autonomia política que haviam sido proferidos desde a independência. Em segundo lugar, a popularidade do imperador, que já ia de mal a pior, desandou de vez. Para arcar com os custos desta guerra impopular, o imperador ordenou a emissão descontrolada de papel-moeda.

Ora, o que respaldava o valor da moeda, nesse período, eram os estoques de ouro acumulado pelo estado. Sem esse respaldo, as notas emitidas eram apenas papel, sem valor. Portanto, essa emissão provocou uma inflação generalizada já que, para compensar o dinheiro desvalorizado, os preços tiveram um aumento em todos os setores. Se relacionarmos a inflação com a falência do Banco do Brasil, em 1829, temos as dimensões da crise econômico- -financeira do primeiro reinado.

Crise atinge uma parte da população

Quando uma crise atinge apenas uma parte da população – em geral, os mais pobres –, ela tende a ser manobrada pelo estado com a ajuda das demais classes sociais e com medidas como aumento de impostos, subsídios ou isenção fiscal. Isso é possível porque temporariamente se onera um setor para sanar o outro. Mas, neste caso, essas estratégias já não funcionariam porque a má gestão econômica dos fundos do estado havia prejudicado tanto os latifundiários quanto as camadas urbanas e, é claro, as classes populares.

A CRISE ECONÔMICA

A crise econômica foi a gota d’água. O imperador já era mal visto deste que instituíra o poder moderador, na Constituição de 1824, onde deixou claro sua tendência centralizadora e a desconsideração pela democracia e pelo liberalismo. A imprensa exercia forte oposição ao imperador e a proliferação de jornais e panfletos contra o monarca desgastava ainda mais a imagem pública de Dom Pedro I.

CRISE EM PORTUGAL

A situação de Portugal também não era das melhores. Quando optou por permanecer no Brasil, Dom Pedro I – legítimo herdeiro da coroa portuguesa – abriu mão de seu trono em favor de sua filha, Dona Maria, que era ainda uma criança. Para governar, seu irmão, Dom Miguel, foi nomeado regente do trono. Mas o regente usurpou o poder, recusando-se a entregar o trono à princesa Dona Maria, o que gerou um enorme conflito em Portugal, entre os defensores da rainha e os do regente, chamado de miguelistas.  


CAMINHOS TORTUOSOS

No Brasil, devemos destacar que, desde 1822, com a declaração de independência, Dom Pedro I escolheu um rumo tortuoso para a administração pública.

Em 1823, com o fechamento do congresso, encerrou qualquer possibilidade de um diálogo político com os diversos setores da sociedade. A instauração do poder moderador levou a um governo absolutista, já extinto na Europa e considerado devassado em quase todo o mundo ocidental. Se o liberalismo florescia nas ex-colônias, como nos Estados Unidos, no Brasil ela acabou ficando no discurso, em parte devido ao caráter irascível do imperador. A repressão brutal à Confederação do equador e a entrada do Brasil na Guerra da Cisplatina acabaram com o que restava de legitimidade a Dom Pedro[6].

Em 1831, não havia alternativa, exceto a abdicação, que aconteceu em 7 de abril do mesmo ano, dando início ao conturbado período regencial brasileiro, já que seu filho, Pedro de Alcântara, tinha apenas cinco anos de idade e não poderia assumir o trono.
 
MOTIVOS PARA ABDICAÇÃO
 
Devemos observar que contra as decisões autoritárias do imperador em dissolver a assembleia, impor uma  constituição, censurar a imprensa e o poder moderador, onde o mesmo se coloca como um quarto poder dentro da estrutura constitucional, provocam rebeliões em algumas províncias do Nordeste (de Alagoas ao Piauí), lideradas por Pernambuco.
Os revoltosos chegaram a fundar uma república federalista independente, chamada de Confederação do Equador, mas foram duramente combatidos por militares mercenários contratados pelo imperador que os derrotaram. Seus líderes, entre eles Frei Caneca e Manuel Pais de Andrade foram condenados à morte.
O comportamento autoritário do imperador na conduta do governo faz crescer a oposição e o descontentamento ao seu governo. No decorrer de seu mandato, aconteceram fatos importantes que levaram à sua renúncia ao trono brasileiro em 1831. Os principais motivos que o levaram a renunciar foram:
- O fechamento da Assembleia Constituinte em 1823;
- A imposição da Constituição de 1824;
- A extrema violência usada contra os rebeldes da Confederação do Equador;
- As mortes e despesas causadas pela guerra da Cisplatina;
- A falência do Banco do Brasil;
- A grande preocupação de D. Pedro com a sucessão do trono português após a morte de seu pai D. João VI em Portugal;
- O assassinato do jornalista Líbero Badaró em São Paulo;
- A demissão de um ministério de políticos brasileiros;
- A nomeação de um ministério de políticos portugueses.
Em março de 1831, após retornar de Minas Gerais, D. Pedro I foi recebido no Rio de Janeiro com atos de protestos de opositores. Alguns mais exaltados chegaram a jogar garrafas no imperador, conflito que ficou conhecido como “A Noite das Garrafadas”. Os comerciantes portugueses, que apoiavam D. Pedro I entraram em conflitos de rua com os opositores.
D. Pedro fica irado e promete castigos. Mas não consegue sustentação política e é aconselhado por seus ministros a renunciar ao trono brasileiro. Ele abdica em 7 de abril de 1831 e retorna a Portugal.

 
Ao abdicar, Dom Pedro retorna a Portugal, disposto a destronar seu irmão e restaurar o poder de direito, garantido pela linha sucessória. Inicia-se então um período de guerra civil, que durou aproximadamente dois anos, e terminou com a derrota de Dom Miguel. Ainda assim, o ex-imperador do Brasil aproveitou por pouco tempo a sua vitória, pois faleceu em 1834, vítima de tuberculose, aos 36 anos.

Para concluirmos, constatamos que os primeiros anos do primeiro império brasileiro foram caracterizados por grandes crises politicas administrativas o que gerou uma grande instabilidades econômica em todos os âmbitos da nação. Fora necessário buscar um novo produto em substituição ao já decadente principal produto de exportação que era a cana de açúcar, o café. Em relação a guerra da Cisplatina, concluímos a região era palco de grandes interesses econômicos. Os habitantes da região desejavam também sua emancipação política pois esses pertencia, após conflito interno lhe concedeu a Portugal a posse da região. No entanto a população brasileira era contra ao conflito que conheceu-se como a guerra da Cisplatina e a manutenção daquele território. Ou seja, este texto investigou a crise do primeiro império brasileiro, reconheceu os diversos fatores que levaram ao desgaste da imagem de D. Pedro I e a perda do apoio público. E por fim, Identificou também a conjuntura politica e econômica que levou a abdicação do primeiro imperador do Brasil[7].
 




[1] Do ponto de vista político é necessário organizar o país, estabelecer um conjunto de leis, onde a mesma venha assegurar um regime que assegure e estabeleça regras regimentares a todos os cidadãos.
Do ponto de vista econômico, é necessário manter a economia funcionando, não permitindo que a máquina quebre seu fluxo de produção ou uma haja uma crise interna por falta de compradores externos.
 
[2] Seu objetivo era impedir a intervenção europeia nos Estados Unidos e, progressivamente, em todo o continente americano. Mas a doutrina, embora fundada no ideário de liberdade defendido, a independência das treze colônias, em 1776, vai muito além de uma simples questão filosófica ou ideológica.
Ao se independerem, os Estados Unidos, assim como as demais colônias da América, em seu respectivo tempo, tiveram que se reorganizar econômica e politicamente. Ao pregar a liberdade e o afastamento europeu, os Estados Unidos abriam caminho para o livre comércio entre as ex-colônias do continente.
Estas colônias – agora países independentes – eram grandes fornecedores de matéria-prima e mercado consumidor para as mercadorias produzidas nos Estados Unidos. Além disso, os custos de exportação, como transporte, faziam com que o envio de mercadorias dentro do continente fosse muito mais barato do que enviá-las para a Europa.
 
[3] Na prática, não foi bem assim e as razões são as mesmas que inviabilizaram o projeto pan americano de Simon Bolívar. Relembrando: as colônias ibéricas se independeram de suas metrópoles no século XIX. No que diz respeito à América Espanhola, alguns nomes se destacaram como líderes da emancipação, em especial Simon Bolívar, que ficou conhecido como libertador das Américas. Bolívar acreditava que, ao eliminar a influência espanhola, seria possível que as ex-colônias se unissem em um único país de dimensões continentais e com economia diversificada, já que cada região praticava uma economia diferente como agricultura e pecuária.  Essa ideologia, - chamada de bolivarismo ou pan americanismo -  que ainda possui defensores, mesmo nos dias de hoje, não obteve sucesso porque, ainda que superficialmente estas colônias fossem parecidas e compartilhassem um passado histórico, como a herança colonial ibérica, em suas estruturas, eram diferentes. Suas elites não tinham os mesmos interesses e suas economias eram concorrentes. Por exemplo: Argentina, Paraguai e Uruguai, que se dedicavam à pecuária, defendiam cada um suas necessidades internas. O mesmo acontecia com os produtores de açúcar e café, impedindo qualquer possibilidade de uma união entre estas regiões.
[4] “O fato mais importante da economia brasileira no período monárquico foi o predomínio das exportações de café. Representando apenas 19,6% das exportações brasileiras em 1822 (com a média de 18,4% nos anos 1821-1830), o produto passou a liderar as exportações brasileiras na década de 30 (desde 1831 com 28,6%) assumindo assim o lugar tradicionalmente ocupado pelo açúcar desde o período colonial.”
(Fonte: CANABRAVA, Alice P. História econômica: estudos e pesquisas. São Paulo: Hucitec, 2005. p. 144.)
 
[5] Para entendermos melhor a Guerra da Cisplatina, vamos relembrar a situação daquela região do continente.
 
Originalmente, a província Cisplatina pertencia à Espanha, mas a região sempre foi cobiçada pelos portugueses. Ela dava acesso a vários rios, como o Prata, o Paraná e o Uruguai que permitiam o rápido e eficiente escoamento de mercadorias, além de ser uma região importante para a pecuária. Havia também a importância estratégica e fronteiriça, o que a fez área de disputa durante décadas.
 
Quando Portugal e Espanha dividiram o território da América, pelo tratado de Tordesilhas de 1494, a maior parte da extensão territorial ficou sob o domínio espanhol. Durante a colonização de fato, este tratado foi constantemente desrespeitado.  À medida que a colonização avançava, era cada vez mais necessário o transporte de mercadorias entre as diversas regiões, o que aumentava o preço dos animais de tração e do gado, cujo couro e carne eram indispensáveis para um funcionamento dos povoados e vilas da América latina.
 
A pecuária praticada na região do Prata tornava-se mais e mais lucrativa.  Além disso, a região havia sido inicialmente uma possessão portuguesa, denominada de colônia do Sacramento. Os portugueses tinham a posse, mas foram os espanhóis que colonizaram de fato e, por isso, a Espanha ganhou o direito à região, mas esta questão nunca ficou inteiramente resolvida, o que permitia que Portugal questionasse a legitimidade da posse com alguma frequência.
 
No século XIX, eclodiram os movimentos de independência. Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, a influência dos movimentos de emancipação liderados pelos crioulos tornou-se uma das preocupações do regente, Dom João VI. Não podemos esquecer que havia um precedente. Os Estados Unidos se independeram da Inglaterra no século XVIII e o Haiti da França, nos primeiros anos do século XIX.
 
Em 1816, a Coroa foi bem sucedida em uma nova invasão e em 1821 acabou por anexar definitivamente a província Cisplatina que passou a fazer parte do reino Unido de Portugal e Algarve. A população local nunca aceitou pacificamente esta dominação. Não havia muitos laços em comum, nem culturais, nem idiomáticos. O clima na América já era de independência e as ideias propagadas pela revolução francesa. A eclosão de uma guerra era questão de tempo. Em 1825, sob o comando de Juan Antônio Lavalejja tem início a guerra da Cisplatina, pela libertação desta província do domínio português. A Cisplatina tinha o apoio das Províncias Unidas do Rio da Prata, atual Argentina, que tinha a esperança de que, vencendo os portugueses, conseguisse anexar a região.
 
[6] A Confederação do Equador foi um movimento político e revolucionário ocorrido na região Nordeste do Brasil em 1824. O movimento teve caráter emancipacionista e republicano. Ganhou este nome, pois o centro do movimento ficava próximo a Linha do Equador. A revolta teve seu início na província de Pernambuco, porém, espalhou-se rapidamente por outras províncias da região (Ceará, Rio Grande do Norte e Paraíba).
 
Em Pernambuco, centro da revolta, o movimento teve participação das camadas urbanas, elites regionais e intelectuais. A grande participação popular foi um dos principais diferenciais deste movimento.
 
Causas principais
 
- Forte descontentamento com centralização política imposta por D. Pedro I, presente na Constituição de 1824;
- Descontentamento com a influência portuguesa na vida política do Brasil, mesmo após a independência;
- A elite de Pernambuco havia escolhido um governador para a província: Manuel Carvalho Pais de Andrade. Porém, em 1824, D.Pedro I indicou um governador de sua confiança para a província: Francisco Paes Barreto. Este conflito político foi o estopim da revolta.
 
Objetivos da revolta
 
 - Convocação de uma nova Assembleia Constituinte para elaboração de uma nova Constituição de caráter liberal;
 
 - Diminuir a influência do governo federal nos assuntos políticos regionais;
 
 - Acabar com o tráfico de escravos para o Brasil;
 
 - Organizar forças de resistências populares contra a repressão do governo central imperial;
 
 - Formação de um governo independente na região.
 
Reação do governo e fim do movimento
 
- Sob o comando do almirante britânico Thomas Cochrane, as forças militares do império atuaram com rapidez e força para colocar fim ao movimento emancipacionista. Um dos principais líderes, Frei Caneca, foi condenado ao fuzilamento. Padre Mororó, outra importante liderança, foi executado a tiros. Outros foram condenados à prisão como foi o caso do jornalista Cipriano Barata. Muitos revoltosos fugiram para o sertão e tentaram manter o movimento vivo, porém o movimento perdeu força no mesmo ano que começou. FONTE - http://www.historiadobrasil.net/resumos/confederacao_do_equador.htm
 
 
 
 
 
 
 

[7] Fonte da pesquisa – Faculdade de História – Universidade Estácio de Sá – Disciplina História do Brasil Império – Quarto período.

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